Chimarrão

Fiquei viciado nessa porcaria de chimarrão. Antes eu tomava uma vez por mês, agora tomo quase todos os dias. E sempre com capim cidreira. Sempre achei mezzo estranho essa gente segurando um porongo e chupando um treco de metal. Mas-contudo-porém-todavia, como já dizia o velho filósofo: a boca fala e o cu paga.
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Posso me considerar um chimarrista(?) egoísta. Gosto de tomar sozinho ou com raras pessoas. Acho nojento passar a cuia e o loco limpar a bomba com os dedos. Quer limpar a baba do anterior com seus dedos limpos que já estiveram sei lá onde. E assim sucessivamente vão limpando as babas alheias com seus dedos super esterilizados. Numa roda de cinco pessoas, teremos ao final de uma rodada bactérias, protozoários, sujeiras, fungos e afins de cinco bocas e vinte e cinco dedos (considerando que um dos indivíduos não seja o Lula).
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Lá em Santa Maria tomavam mate. Era heresia chamar de chimarrão. Chimarrão é coisa de magrão e veado. Gaudério de verdade toma mate, M-A-T-E. Com o te com som de te, não com som de ti. Pior se fosse matchi....hum...era morto em praça pública em Bagé. E nós, do CT, sempre nos arriavamos no pessoal da veterinária e agronomia, com seus kits básicos de macho-chucro-gaudério-bagual: pastinha do curso num ombro, mateira no outro, alpargata, bombacha, camisa de CTG, boina e "camioneta" com adesivo de cavalo criolo. Que coisa linda. Um calor de 40 graus e os neguinho tomando matEEE quentEEE. Resumindo, tomara que meu vício se restrinja ao inverno, porque como dizia o velho filósofo...