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Ontem, indo a Porto Alegre, liguei o rádio. Tirei do CD e coloquei na FM.
Impressionante o número de rádios religiosas.
A indústria religiosa cresce exponencialmente.
Mercado em ascensão.
Aquelas musiquinhas religiosas que você cantava no primário não existem mais.
Agora temos altas produções, discos mixados e masterizados nos EUA.
A indústria fonográfica gospel fatura bilhões.
Todo negócio da religião é lucrativo.
Livre de impostos e fiscalização, funcionam como mega-tanques para lavar dinheiro.
De vez em quando o leão pega um para "cristo".
Um injustiçado.
"Deus fez isso para provar a fé dele".
A igreja do Kaká (Renascer em Cristo) foi um exemplo típico.
A bispa Sônia e seu marido foram presos.
Por poucas horas, mas foram.
Facilitaram de mais.
Nesse caso, a ganância em nome de deus foi desproporcional.
Todo dia ela depositava 200 mil dólares numa conta dos EUA.
Aleluia!
Se Kaká ganha entre salário e patrocínios 2 milhões e dá 10% todo mês para a bispa Sônia, então o dízimo do Kaká sozinho cobria 1/30 da maracutaia.
Dessa maracutaia.
Deveria ter outras tantas mais.
Mas ele é rico.
E os pobres?
Pra quem ganha 400 reais, dar 40 reais é muito.
Deixar de pagar gás, água, luz, comida e satisfazer suas necessidades básicas para dar iates, mansões, carros e fortuna para esses bispos?
Em troca de quê?
De ver suas vidas manipuladas por gente que só quer enganar e iludir?
De ser marionetes de um modelo criado para faturar milhões em cima de algo que não existe?
De perder seu livre arbítrio e sua capacidade de raciocinar e ser responsável pela sua própria vida?
De ser sempre cordeiro, vaso ou soldado?
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Quero deixar claro que não tenho nada contra a religião em si.
Muito menos faço objeção à fé das pessoas.
Só não consigo me calar pela maneira de como a fé está sendo usada.
É tão visível para mim o fato da religião caça-niqueis!
Em minha cidade vejo gente, que nunca deu bola para isso, abrindo igreja e rindo das pessoas que vão lá lhes dar dinheiro!
"Lá a gente cura até câncer se eles quiserem, basta contribuir (risinho sarcástico)".
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Sempre achei errado ganhar dinheiro em cima da desgraça das pessoas.
Mas a burrice é tanta, que começo a rever meus conceitos.
Um dia, quem sabe, abrirei um complexo. Se chamará: Eldorado Divinal da Nação de Deus.
Na frente terei uma mega igreja. Com bispos, pastores, cura, exorcismo, transmissão de TV e rádio, teatro, grupo gospel e grana rolando. Na parte de trás, terei umas 100 máquinas de caça-niqueis com temáticas religiosas. Na outra parte do complexo funcionará o puteiro e cada puta atenderá por um nome do tipo "Redenção", "Aleluia", "Abençoada" ou "Devota". Ao lado funcionará o motel, com quartos temáticos, religiosos é claro. O "paraíso" será o mais caro. O teto será um céu, com anjos celestiais, cama king size com lençois estilizados do santo sudário. Transando com a "Aleluia", meus clientes chegarão ao êxtase.