Humanos

Entre todos os seres que habitam nosso planeta, sempre considerei a espécie humana a mais desprezível. Somos a única espécie animal que sente satisfação em ver um semelhante numa pior situação. Nossas dores são atenuadas ao saber que para outros está doendo mais. Nos conformamos com nossos fracassos ao testemunhar os fracassos alheios.
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Lembro do famoso ditado: pimenta nos olhos dos outros é refresco. Veja só, humano, demasiado humano. Nós, os humanos, as mais "perfeitas máquinas", "que deus(sic) fez a sua semelhança"(vou vomitar), aqueles que não vivem sem alfinetar, falar mal, enganar, mentir, humilhar, fofocar, se deliciar com a desgraça dos próprios "amigos". Sim, amigos serão os primeiros a rirem quando você cair. Suas vitórias terão centenas para te invejar e nenhum para te parabenizar. Suas derrotas terão milhares para te ridicularizar e dizer "bem feito".
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Ser humano, racional, leal, dotado de bondade infinita, que vai dormir aliviado, com suspiros de "missão cumprida" quando dá 50 centavos de esmola pro pivete no sinal. O alívio não é pelos 50 centavos dados, nem pelo sorriso de agradecimento do pivete e sim, pela constatação de saber que alguém está numa pior, em condições deprimentes que nos injetam doses cavalares de Prozac. Quanta alegria! É a taxa do alívio disfarçada de falsa caridade.
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O querer bem a si, é o querer mal ao outro. Se orgulhar é humilhar, vencer é derrotar, prosperar é exterminar, a lei da selva. Não estou fazendo falsa demagogia, muito menos sou hipócrita para ficar falando de minha espécie e me excluir do contexto aqui abordado. Somos podres, todo mundo é podre. Só que alguns possuem consciência disso e tentam melhorar. Outros, ainda estão inconscientes. Urtiga pra salada deles.