05/03/2008

Putas e roletas

Dessa vez, ao contrário das outras, não tive sorte na roleta.
Quando vou a Punta, gosto de dar uma jogadinha de leve. Mas gosto, também, de observar as outras pessoas.
Enquanto eu jogava com fichas de U$ 2,00, tinha nego no meu lado jogando com fichinhas de U$ 100,00.
Um tiozinho totalmente psicótico distribuía desordenadamente uma bagatela de U$ 10.000,00 por rodada. Fazia isso em três mesas simultaneamente. Ganhando ou perdendo, ele nem via. Uma hora ganhou, pelos meus cálculos, uns U$ 50.000,00. As fichas ficaram ali na mesa, enquanto ele passeava pelas mesas, cagando e andando. São nessas horas que vemos como tem gente abonada no mundo.
E isso que eu não estava na área VIP do Casino do Conrad - local onde os milionários perdem seu dinheiro livre do olho de xeretas. Segundo relato, alguns gaúchos como Sirotsky, José Asmuz (ex-presidente do Inter) e o dono da Azaléia (esqueci o nome), chegam a perder U$ 1.000.000,00 por fim de semana. Apenas pelo esporte. Ou vício.
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Na minha concepção, as pessoas não jogam para ganhar. O prazer da dúvida é a questão. A sensação de ficar a merçê da sorte, entre o ganhar e o perder, é mais satisfatória do que o ato consumado em si. Por isso, quem ganha, não consegue parar. E quem perde, volta a jogar. Ou seja, todos perdem, sempre. Só posso concluir que as pessoas gostam de perder dinheiro. Ter para perder = ostentar. Quando mais você perde, mais você demonstra ter. É como aquele cara casado que gasta R$ 5.000,00 por mês na zona para se sentir mais macho, mais poderoso. Putas e roletas funcionam da mesma maneira.

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