04/07/2007

Véio Lico

Véio Lico sentava em frente a lareira toda a noite. Enquanto seu labrador lhe mordia as pantufas, ficava pensando alto:
- Ah minha mocidade, que saudade que tenho das mulheres magras, da liberdade, dos acidentes de carro...
Enchia o copo de losna com canha, mexia na lareira com um pedaço de pau e continuava a pensar:
- Aquele pó inalado entre as tetas das garotas, saindo bêbado da boate e cagando o mendigo mais próximo a pau, oh tempo bom...
Pegou o cigarro de palha, queria acender. Estava sem isqueiro ou fósforos. Chegou perto da lareira, se curvou, não conseguiu. Pegou a bengala, puxou um pedaço de carvão pra perto de si, não alcançou, estava difícil acender o pito:
- Hoje em dia nem meu cigarro consigo acender. No mês que não cai um dente, o urologista enfia o dedo no meu rabo...
- Hora de trocar a fralda! - cantarolou a babá.

Um comentário:

Rafael Romero disse...

Olha que esse véio aí sou eu.......se eu conseguir envelhecer.....!!!!!